Transtorno de Personalidade Antissocial
O Transtorno de Personalidade Antissocial
O Transtorno de Personalidade Antissocial, popularmente conhecido como Psicopatia ou Sociopatia, é um transtorno de personalidade caracterizado pela ocorrência de dois grupos principais de sintomas. Os primeiros refletem anormalidades de relacionamentos interpessoais, como indiferença aos sentimentos dos outros e comportamentos relacionados, como mentir, trapacear e manipular. Já os outros tipos de sintomas referem-se à dificuldade do indivíduo se adaptar às normas sociais e à impulsividade.
O portador do TPAS tem forte tendência para escolhas arriscadas, mal planejadas e prematuramente executadas. A impulsividade se expressa de maneiras diferentes com o favorecimento de escolhas que proporcionem satisfação imediata e sem levar em conta as conseqüências para si e para os outros, até a ocorrência de comportamentos violentos ou agressivos. A agressividade pode ocorrer em duas categorias distintas: afetiva x predatória ou reativa x operativa. A afetiva, ou predatória, manifesta-se em resposta a situações que provocam frustração, raiva ou medo no indivíduo. Já a operativa, ou reativa, seria planejada e executada de maneira calculada para se atingir um determinado tipo de objetivo.
As causas da Psicopatia são pouco conhecidas, embora seja impossível negligenciar a influência de alguns fatores psicossociais no desenvolvimento do comportamento psicopata. Entre eles, estariam incluídas a condição econômica precária, família desestruturada, exposição à violência durante a infância, dificuldades de aprendizagem e desempenho escolar insatisfatório.
O TPAS também ocorre em pessoas sem histórias de conflitos familiares ou estressores significativos e podem ser atribuídas à predisposição genética. Estudos de neuroimagem indicam redução do volume da massa cinzenta pré-frontal e aumento da matéria branca do corpo caloso. Esse comprometimento representa uma diminuição da resposta autônomica a um evento estressor, ocasionando comportamentos agressivos. O volume da amígdala também funciona como um indício negativo para casos de TPAS. Em relação aos neurotransmissores, vários estudos também apontam para anormalidades no funcionamento serotonérgico. O prejuízo dessa função é um indicativo da resposta impulsiva. Enquanto em pessoas saudáveis, o aumento da velocidade de processos psicomotores torna a escolha do comportamento mais lenta, em psicopatas, a alteração da serotonina reduz esse processo ocasionando a impulsividade. Pode-se supor que, no TPAS, as representações de respostas não evocariam as representações de reforço normalmente esperadas; o comportamento passaria, então, a ser governado por mecanismos mais primitivos e menos precisos.
É importante destacar que o interesse, cada vez mais crescente, a respeito do comportamento antissocial se deve ao aumento da criminalidade e violência urbana em diferentes locais do mundo. A identificação das causas psicossociais como biológicas para a ocorrência da Psicopatia são de fundamental importância para o desenvolvimento de técnicas efetivas de prevenção e intervenção. Apesar da conquista de muitos avanços nessa área, entretanto, é preciso ter cautela na análise dos resultados obtidos até o momento, sobretudo, quando sai da área médica e esbarra nas esferas jurídica, ética e moral.